Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Internacional

15 de Fevereiro de 2024 as 09:35:36



FORUM SOCIAL MUNDIAL reúne-se no NEPAL nesta 5ª feira


O FSM foi criado em 2001 em Porto Alegre para contrapor-se à perspectiva empresarial e governamental dos países ricos reunidos no Fórum Econômico Mundial, na Suíça.
 
FSM criará mecanismo de atuação permanente da sociedade civil
Edição 2024 do Fórum Social Mundial começa nesta 5ª feira no Nepal
 
5ª feira, 15.02.2024
 
Com o lema já clássico "Um outro mundo é possível", o Fórum Social Mundial (FSM) começa a edição de 2024 nesta 5ª feira, 15.02, e vai até o próximo domingo, 19.02, em Katmandu, capital do Nepal.
 
É a segunda vez que o FSM realiza um encontro anual na Ásia. O primeiro no continente havia sido em 2004, em Mumbai, na Índia, com mais de 100 mil representantes de centenas de países. Dessa vez, em formato híbrido, o evento deve reunir um número bem menor de participantes.
 
O FSM foi criado em 2001, em Porto Alegre, na perspectiva de ser um contraponto à realização do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que reúne anualmente empresários e governantes dos países mais ricos do mundo.
 
Desde pelo menos a década passada, no entanto, o Fórum Social, que acabou se tornando o mais importante polo de articulação e encontro de movimentos sociais do planeta, vem perdendo relevância política, na opinião do jornalista Carlos Tibúrcio, cofundador do FSM e membro do seu Conselho Internacional.
 
"O Fórum teve uma repercussão enorme no mundo de 2001 até 2010. Depois, entrou em uma fase de estagnação e até declínio, em termos de relevância internacional".
 
"O mundo de agora está ainda pior do que quando o Fórum foi criado. Há uma sobreposição de crises, que inclui o agravamento da emergência climática, que ameaça a vida na Terra, a continuidade da crise econômica e social do capitalismo, e a ampliação e piora dos conflitos armados, que podem escalar para uma 3ª guerra mundial",
 
argumenta.
 
Para Tibúrcio, o avanço de correntes políticas e de governos de extrema-direita e perfil neofascista é outra questão que está no centro das atenções dos movimentos sociais do Fórum Social
 
Nova estrutura
 
Há cerca de 10 anos, o FSM lida com debates internos para reposicionar sua atuação internacional. Criado para ser um espaço de articulação e encontros da sociedade civil, tem uma atuação menos incisiva e permanente do que defende parte de suas organizações.
 
Isso porque sua Carta de Princípios define essa rede como “um espaço plural e diversificado” de reflexão e articulação de entidades e movimentos, “não-partidária” e “sem caráter deliberativo”. Por causa disso, mantendo a Carta de Princípios de sua criação, a edição do Nepal vai estrear um novo mecanismo de ação política.
 
A chamada Assembleia Social Mundial de Lutas e Resistências do FSM deve se reunir pela primeira vez neste fim de semana na capital nepalesa para aprovar uma carta de fundação, com foco nos temas de paz e justiça social.
 
Integrada por organizações que fazem parte do Conselho Internacional do Fórum, a Assembleia terá uma atuação mais constante, emitindo posicionamentos e atuando diretamente na promoção das pautas da sociedade civil internacional em matéria de direitos humanos e sociais, combate às desigualdades, enfrentamento da emergência climática, entre outros.    
 
Na avaliação de Tibúrcio, o contexto mundial pede uma maior capacidade de incidência da sociedade civil.
 
"Não significa dizer que o Fórum vai mudar da água para o vinho nessa edição do Nepal, mas a estreia desse mecanismo vai dar uma sinalização importante. O FSM, enquanto tal, vai continuar sendo um espaço de encontro e articulação, ele não vai falar. Mas a Assembleia vai falar, e ela é uma assembleia do Fórum, esperamos que mais organizações façam adesão a ela".
 
Apesar disso, o jornalista avalia que o legado do FSM nesses 23 anos de existência foi conseguir uma contraposição internacional forte ao neoliberalismo,
 
"como um combate a essa forma desregrada, selvagem, que o capitalismo adotou em praticamente todo o mundo. O Fórum foi o grande marco de resistência a isso".
 
Entre as ações que deram resultado, a partir dessa bandeira central, está a derrota no projeto de criação de uma área de livre comércio nas Américas, a Alca, que também enfrentou resistência dos governos sul-americanos de esquerda, no início do século. Em 2003, segundo Tibúrcio, o FSM também vocalizou internacionalmente a oposição dos movimentos sociais contra a invasão e guerra no Iraque, promovida pelos EUA.
 
Geopolítica
 
Pelo menos desde 2018, quando Salvador sediou a última grande edição do Fórum Social Mundial, havia uma expectativa de que o encontro retornasse para a Ásia. Além de concentrar a maior parte da população do planeta, o continente é a ponta de lança das mudanças geopolíticas que apontam para a consolidação de um mundo multipolar, tendo em países como China e Índia as principais lideranças desse processo.
 
Nesse contexto, movimentos sociais do Nepal – país que há menos de duas décadas travou uma guerra civil interna que resultou na deposição da monarquia hindu e instalação de um governo civil democrático –, atuaram para levar o encontro para a região.
 
Localizado no sul asiático, o Nepal é um pequeno país em extensão territorial encravado aos pés da Cordilheira do Himalaia, que abriga o Monte Everest, ponto mais alto do planeta Terra. Possui, no entanto, cerca de 30 milhões de habitantes, sendo uma dos mais densamente habitados do mundo.
 
Atualmente, o país é governado pelo ex-líder guerrilheiro maoista Pushpa Kamal Dahal, conhecido como Prachanda, considerado o principal líder da revolução que derrubou a monarquia. Ele assumiu o cargo de primeiro-ministro pela terceira vez em 2022.
 
"O Nepal tem um governo progressista, mas enfrenta ainda o problema das castas e da desigualdade social",
 
explica Carlos Tibúrcio.
 
"Além disso, a sociedade civil de lá está muito preocupada com os rios que secam e o derretimento das montanhas. O debate climático está muito forte nesse Fórum. O debate sobre a guerra na Palestina, o genocídio em Gaza, também terá muito destaque",
 
observou.
 
Mais de 80% das mil organizações esperadas para o Fórum Social Mundial do Nepal são oriundas de países asiáticos. Ao todo, representantes de movimentos sociais de 100 países estarão em Katmandu nos próximos dias.


Fonte: AGENCIA BRASIL.





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
IRÃ obtém 15/04/2024
IRÃ obtém "Mapa Completo" das Capacidades de Defesa Israelenses
 
ATAQUE DIRETO do IRÃ a ISRAEL muda conflito no Oriente Médio 14/04/2024
ATAQUE DIRETO do IRÃ a ISRAEL muda conflito no Oriente Médio
 
IRÃ lança Mísseis e Dezenas de Drones Kamikaze em direção a ISRAEL 13/04/2024
IRÃ lança Mísseis e Dezenas de Drones Kamikaze em direção a ISRAEL
 
CONSELHO leva à ONU alerta sobre Avanço do NEONAZISMO no Brasil 09/04/2024
CONSELHO leva à ONU alerta sobre Avanço do NEONAZISMO no Brasil
 
COPA SHE BELIEVES - Brasil derrota Japão nos Pênaltis e garante 3º lugar 09/04/2024
COPA SHE BELIEVES - Brasil derrota Japão nos Pênaltis e garante 3º lugar
 
Brasil condena invasão do Equador à embaixada do México em Quito 07/04/2024
Brasil condena invasão do Equador à embaixada do México em Quito
 
ITAMARATI elogia Corte Internacional por exigir medidas de ISRAEL em GAZA 30/03/2024
ITAMARATI elogia Corte Internacional por exigir medidas de ISRAEL em GAZA
 
MACRON no Palácio do Planalto nesta 5ª feira 28/03/2024
MACRON no Palácio do Planalto nesta 5ª feira
 
A Política Externa dos EUA põe o Mundo em Perigo, com Trump ou Biden 26/03/2024
A Política Externa dos EUA põe o Mundo em Perigo, com Trump ou Biden
 
ONU - Conselho de Segurança aprova Cessar-Fogo Temporário em GAZA 25/03/2024
ONU - Conselho de Segurança aprova Cessar-Fogo Temporário em GAZA
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites